sábado, 17 de maio de 2008

Algumas vantagens e desvantagens da entrevista

A entrevista é um instrumento de recolha de dados que permite a obtenção de informação mais completa do que o questionário.
As entrevistas são realizadas a um número mais restrito de sujeitos pois, pelo facto de serem presenciais, requerem maior disponibilidade de tempo e espaço. Além disso, as questões, neste tipo de instrumento, não são imutáveis pois podem ser adaptadas pelo próprio entrevistador (especialmente em termos de linguagem) ao sujeito que está a ser entrevistado de modo a facilitar a compreensão e o diálogo entre ambos. As questões também podem ser, ao longo do decurso da entrevista, complementadas de acordo com as respostas inicialmente obtidas e esse complemento de informação pode ser directo – recorrendo a novas questões que não faziam parte do plano inicial – ou indirecto – com a recolha de expressões faciais ou reacções do entrevistado que permitem extrair conclusões sobre as suas opiniões. Estas são algumas das vantagens da entrevista sobre o questionário.
Entre as desvantagens da entrevista podemos considerar o tempo em que ela decorre e que é, normalmente, relativamente extenso e o espaço que tem de ser previamente planeado e combinado entre o entrevistador e o entrevistado. Podemos igualmente ter em conta os receios do entrevistado em expor a sua sinceridade e a tendência para que este dê as respostas que pensa que o entrevistador pretende obter ou que são politicamente correctas. Por fim, a análise de dados recolhidos numa entrevista é mais morosa e mais complexa.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O questionário

O questionário é um instrumento de recolha de dados que consiste na apresentação de questões escritas que deverão ser respondidas igualmente por escrito. Este instrumento, que tem como objectivo a recolha de informação detida pelos respondentes acerca dos seus conhecimentos, valores ou convicções, é muito utilizado em investigação educacional. Para ser devidamente validado e de modo a que os dados obtidos através do mesmo sejam fiáveis, é essencial que a elaboração do questionário seja rigorosa e obedeça a normas de substância e características técnicas das questões apresentadas. Este instrumento é de simples análise e permite a recolha de informação rápida, barata e sem grande estorvo para o respondente que o pode preencher quando melhor lhe convier. Por outro lado, a sua concepção é difícil, não pode ser aplicado a toda a população excluindo, à partida, analfabetos e crianças, está impregnado de incógnita relativamente à sua contextualização e nem todas as pessoas respondem integralmente. De qualquer forma, o questionário é um instrumento de recolha de dados muito útil sempre que bem construído.

Etapas de uma investigação

Uma investigação em educação envolve vários passos que devem ser seguidos rigorosamente de forma a que o trabalho desenvolvido não só seja útil na perspectiva do investigador e da sociedade mas que seja igualmente válido.
Antes de iniciar um plano de investigação, o investigador deve pesquisar nas áreas em que pretende desenvolver o seu trabalho de forma a identificar a linha orientadora que pretende seguir. Deve, então, elaborar um pré-projecto. Este deve conter um título, que poderá, eventualmente, ser alterado mais tarde, e os objectivos da investigação, incluindo a justificação para a mesma, as hipóteses levantadas inicialmente e a revisão da literatura.
Depois deste pré-projecto elaborado, é necessário apresentar o plano a desenvolver, com a justificação da amostragem escolhida, os instrumentos de recolha de dados, as actividades a desenvolver, a validação a efectuar, o procedimento a seguir no tratamento de dados e as referências bibliográficas. É importante, nesta fase, definir conveniente a calendarização pois esta servirá de orientação a todo o processo de investigação. A calendarização é o suporte que permite ao investigador saber se o seu trabalho está seguindo ao ritmo certo e que o levará a reajustar tempos de trabalho para que a investigação não se prolongue mais do que o possível.
Passando, então, ao projecto propriamente dito, ele requer, inicialmente, um planeamento, onde constará o problema a investigar, os objectivos do trabalho e a sua relevância, as hipóteses levantadas inicialmente, a revisão da literatura (esta parte será uma consolidação do pré-projecto ou uma alteração do mesmo). No planeamento encontraremos, igualmente, a escolha do método de estudo (qualitativo, quantitativo ou misto), as técnicas de investigação escolhidas, os instrumentos de pesquisa a utilizar ao longo do processo e os recursos necessários (logistícos, financeiros e outros). Posteriormente, o investigador deve procurar o acesso ao campo de estudo, que nem sempre é fácil pois alguns campos colocam impedimentos. Aqui, o investigador pode ser confrontado com um dilema pois o mais fácil será o investigador recorrer a um campo de estudo que lhe é familiar mas essa pode não ser a escolha acertada pois o conhecimento prévio do campo de estudo pode conduzir a pré-concepções que podem prejudicar o trabalho a desenvolver. São elaboradas as grelhas de análise de dados e é feita a análise do campo. Procede-se depois à recolha de dados e à elaboração das notas de campo baseadas nas observações efectuadas pelo investigador. Será feita a análise de dados e elaboradas as conclusões. O trabalho investigativo poderia terminar aqui mas este só é importante a nível social se, posteriormente, for realizada uma correcta e efectiva divulgação.